quarta-feira, 28 de abril de 2010

Passarás por Turmalina, sonharás com Pedra Azul, viverás em DIAMANTINA

O antigo Arraial do Tejuco hoje é uma cidade secular. O povoado surgiu com a exploração de ouro e diamantes na região próxima à Serra dos Cristais. O garimpo foi a principal atividade econômica que garantiu a expansão da população desse centro histórico de Minas Gerais. Porta de entrada do Vale do Jequitinhonha, atualmente, conhecida como Diamantina, a cidade é considerada um dos patrimônios culturais da humanidade.

Diamantina é tipicamente tranquila, mas nem sempre o sossego acompanha a vida dos moradores. Além de ser um município que conta com a arquitetura histórica em museus e muitas igrejas, também é palco de grandes festivais culturais, como o Festival de Inverno da UFMG. O pacato centro histórico recebe a visita de muitos turistas que, hoje, movimentam e aquecem a economia da região.

O carnaval de Diamantina é também um dos mais famosos do país. Marcados pela alegria, os dias dessa festa atraem a atenção de muitos turistas de todos os cantos do país e até estrangeiros. Porém, como toda cidade histórica, o patrimônio é tradicionalmente religioso e várias comemorações são realizadas durante todo o ano para festejar datas cristãs. Ou seja, em qualquer época do ano é bom visitar Diamantina.

Um roteiro pelo Ciclo dos Diamantes

Localizado no centro da cidade, o Centro Cultural David Ribeiro, popularmente conhecido como Mercado Velho, abriga todos os sábados à feira de artesanato, que reúne comidas e bebidas típicas da região. Mineiro de Belo Horizonte, Marcos Sousa, 27, que acompanhou uma edição do campeonato de Trekking, experimentou uma das delícias da feira e foi todo elogios. “A comida é bem preparada; o caldo de feijão é um dos melhores que já provei, pois o tempero é muito bom”, afirmou.

Diamantina ainda é lembrada por revelar grandes nomes para a história do país — da sensual e abusada Chica da Silva ao ex-presidente, Juscelino Kubitschek, um dos maiores nomes da política nacional em todos os tempos. Também é de lá o compositor Fernando Brant, parceiro de Milton Nascimento.

A casa simples onde Juscelino passou 16 anos se tornou, hoje, um espaço aberto para o público interessado na história do Brasil — possui móveis que relembram o tempo em que o político viveu na cidade com a sua família e ainda é auto-explicativa com os painéis fixados nas paredes relatando fatos sobre a vida de JK. No fundo da residência pode-se encontrar um anexo que nos remete à época em que Juscelino se dedicou à medicina.

Outro patrimônio que não se pode deixar de conhecer é o Museu do Diamante. O lugar conta a história da cidade desde o seu início. Ele foi inaugurado em 12 de abril de 1954, com um projeto de lei do então deputado federal Juscelino Kubitschek. José Francisco dos Santos, 30 anos, vigilante do museu, conta com tristeza que o lugar já teve grandes perdas. “Há muito tempo, houve uma perda considerável, pois sumiu uma coroa muito importante que continha muitas peças e pedras preciosas”, diz. A coroa não foi resgatada e restou apenas um pedaço do objeto. O lugar, porém, tem outros atrativos. Quadros que mostram a vida dos garimpeiros, as ferramentas de trabalho, doenças que abalaram a época, artes sacras, arquivos e muitos outros objetos podem ser encontrados no Museu do Diamante. Ele possui também um palco onde são oferecidas ao público oficinas, apresentações de danças, mostra de filmes, entre outras atrações.